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O que você precisa saber sobre as novas tarifas de intercâmbio para cartões

A movimentação regulatória do Banco Central tem proporcionado uma série de mudanças no mercado financeiro nacional. Se por um lado a chegada de novas instituições foi facilitada, do outro, é necessário ter atenção para aproveitar as oportunidades dos modelos de negócios, independente das regras aplicáveis para cada tipo empresa.

As transações têm sido um forte chamariz para as instituições, sejam elas tradicionalmente financeiras ou não. E neste sentido, a evolução dos tipos de transações foram essenciais para a maturidade do sistema nacional, mas qual é o caminho daqui para a frente? O lucro pelas transações impacta não só os bancos e instituições mais tradicionais, mas também as fintechs e demais instituições que estão embarcando serviços e produtos financeiros a seus negócios.

A mudança regulatória em relação a tarifa de intercâmbio (TIC), é um assunto que está em alta no mercado exatamente pelos impactos - ou oportunidades - que pode trazer às instituições. Entenda o cenário:

O que mudou?

Esta tarifa é um percentual pago pelas credenciadoras aos emissores dos cartões sobre cada transação com o intuito de remunerar essas instituições. Com as mudanças implementadas pelo Banco Central, a partir de 1 de abril de 2023, o novo limite para cartões pré-pagos é de 0,7% e 0,5% para débito. Além disso, o tempo de liquidação também foi alterado: agora o tempo limite é de dois dias, diferença de 26 dias da regra anterior.

Por que as taxas foram alteradas?

Segundo o Banco Central, o principal objetivo desta mudança é continuar o processo de aumentar a eficiência do ecossistema de pagamentos e estimular o uso de formas de pagamento mais baratas.

Desde 2013, com a regulamentação das Instituições de Pagamento, o BACEN tem promovido uma série de ações e mudanças visando modernizar, desburocratizar e baratear o acesso a serviços financeiros a toda a população. Os meios de pagamento são pilares essenciais para que essas mudanças aconteçam, pois facilitam a competitividade entre empresas, ao mesmo tempo que dão acesso a novos públicos.

Apesar dos possíveis impactos relacionados à mudança das taxas, é também uma oportunidade que o regulador encontrou de estimular a inovação dentro dos novos modelos de negócios que estão surgindo e também em estimular o uso de meios de pagamentos mais acessíveis e baratos, como é o caso do Pix.

Quais são os principais impactos desta mudança?

Inicialmente, a grande preocupação do mercado é a necessidade de ajuste de preços para o consumidor, uma vez que com as taxas reduzidas, a margem de lucro entre as transações também diminui. Além disso, o tempo de liquidação afeta o rendimento. Para as grandes instituições o impacto é menor visto a gama de produtos e serviços oferecidos, que não depende necessariamente do ganho das transações para sobreviver.

O maior impacto está para as pequenas e médias instituições que terão que se adaptar para reconquistar o lucro com outras frentes.

Quais são as oportunidades?

A longo prazo, é uma oportunidade para as instituições se movimentarem. Mais do que nunca, o impacto do produto ou serviço na experiência do consumidor é indispensável para o sucesso de uma empresa, principalmente quando a concorrência se expande. Assim como todas as últimas iniciativas do Banco Central, a limitação das taxas abre as portas para que novas ofertas de serviços e produtos financeiros sejam explorados. Afinal, as empresas estão aproveitando verdadeiramente as oportunidades do mercado financeiro? As transações por cartões ainda são expressivas visto a cultura da população, que ainda se esforça para ter acesso a serviços financeiros básicos, mas, se olhado a fundo, as tendências daqui para frente são todas voltadas para desburocratização, instantaneidade e baixo custo de adesão/uso.

Este processo também tem grande relação com o conceito de desintermediação do sistema financeiro. Quando se olha para o ciclo das transações, boa parte do valor vai sendo deixado em fatias para os intermediários, sejam eles as bandeiras de cartões, empresas de maquininhas ou até mesmo as instituições que retém o dinheiro em conta. Essa também é uma oportunidade para investir em um arranjo de pagamento fechado, ou seja, manter toda a transação financeira - de ponta a ponta - dentro do ecossistema do próprio negócio. Isso significa diminuir custos das e ter mais controle das operações!

Além disso, é uma oportunidade de aproveitar o crescimento acelerado do Pix no negócio.

Quer saber mais? Fale com os nossos especialistas!

 

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