Com estabelecimento da PSD2 na Europa, aumentam as chances do Banco Central estabelecer o open banking no Brasil.
Em setembro de 2006, o Banco Central do Brasil criou a resolução 3401 que estipula que os bancos devem fornecer a terceiros os seguintes dados: informações cadastrais, movimentações, saldo mensal e operações de histórico de empréstimos, quando autorizado pelo cliente. Apesar de regulamentado, o processo é burocrático, sendo necessário 15 dias para a liberação das informações.
Outra demonstração que o Banco Central do Brasil está avançando para essa regulamentação é que, em 2007, a União Europeia criou o PSD1, que visava regulamentar os serviços de pagamento no varejo como cartões de crédito, débito e pré-pago. Posteriormente, em 2013, o Banco Central do Brasil regulamentou as instituições de pagamento, proporcionando segurança jurídica e fomentando a competitividade nesse mercado. Esse foi o trampolim para que as fintechs brasileiras surgissem e ganhassem força. Agora, após o lançamento do PSD2 na Europa, que mantém o objetivo de elevar a competitividade do mercado, este tema está no radar do nosso órgão regulador. Não é à toa que trata-se do assunto mais debatido do mercado no momento. Historicamente, o Banco Central cria regulamentações que promovem a competitividade do mercado e open banking pode ser a próxima delas, pois os sinais são cada vez mais evidentes.
Hoje, já possuímos cases de open banking em produção aqui no Brasil, onde fintechs ganham a satisfação do seus clientes e o Banco, por sua vez, milhões em ativos. Por isso, quanto mais fechado ao novo, pior, pois uma tendência como o open banking é inevitável e quanto antes as instituições financeiras e fintechs estiverem prontas, mais rápido elas estarão na disputa. Num mundo onde é cada vez mais importante a jornada do cliente e sua satisfação com a aquisição e utilização de produtos (financeiros ou não), o player que detém o melhor relacionamento com base em seu modelo de negócios será o mesmo que terá a conta bancária do cliente. Mais do que nunca, o poder é do consumidor.