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Como a evolução do Pix resultou na descontinuidade do DOC?

Com todos os avanços tecnológicos da sociedade, a procura por agilidade e praticidade aumentou ainda mais. Com isso, as modalidades tradicionais de transferências bancárias, como o DOC e a TED, ficaram ultrapassadas pelas suas próprias diretrizes: limites de valores, regras de horários e até mesmo o tempo para liquidação, que pode ocorrer apenas no dia útil seguinte, sendo que ainda há o risco de inserir alguma informação errada, como uma simples letra no nome, e precisar refazer todo o processo, acumulando mais tempo para a transação ser efetivada e retrabalho para o usuário. 

A chegada do Pix revolucionou os meios de pagamento e de transferências bancárias, sendo amplamente aceito pelos brasileiros e aproveitado por diferentes modelos de negócios também como oportunidade para lucrar com as transações. . Idealizado pelo Banco Central do Brasil, o novo sistema de pagamentos instantâneos foi lançado em novembro de 2020 com a promessa de disponibilidade a qualquer dia do ano, sem limite de horário, entregando o valor transacionado imediatamente ao recebedor.

O Pix caiu no gosto do brasileiro pela praticidade, rapidez e baixo custo,  rapidamente superando em quantidade de transações realizadas os demais meios de pagamento: cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques. Sendo assim, a notícia da descontinuidade do DOC, que começará a valer a partir de 2024, não surpreendeu os usuários e nem as instituições financeiras.

Quer entender como isso ocorreu? Confira o conteúdo a seguir: 

Surgimento do Pix

Desde 1990, o Banco Central  vem promovendo ações e regulamentações focadas em viabilizar a inclusão financeira dos brasileiros como, por exemplo, a criação da conta essencial: uma conta bancária gratuita com serviços básicos e oferecida por todos os bancos. Com o passar dos anos e com o sucesso das ações anteriores, foi necessário idealizar um sistema de pagamentos que integrasse todas as instituições financeiras com rapidez e ampla disponibilidade. Caso não se recorde, a preferência dos usuários em transferência para a mesma instituição financeira que possuía conta era enorme, já que esta modalidade oferecia os mesmos benefícios que o Pix nos oferece hoje: gratuidade, sem limites de horários e pagamento que chegava ao recebedor em segundos. Foi neste contexto que o Banco Central iniciou um grupo de estudo em 2020 para desenvolver o projeto de pagamentos instantâneos que hoje conhecemos como Pix.

Mas se você pensa que o Pix é uma ideia original brasileira, está enganado. Estima-se que mais de 50 países já implementaram ou estão em processo de implementação de sistemas de pagamento instantâneo e, para o desenvolvimento do nosso sistema de pagamentos instantâneos, o Banco Central pode ter se inspirado em projetos de outros países que já possuíam ou estavam desenvolvendo do seu próprio sistema, conforme você pode conferir abaixo:

  • Japão: Em 1973, foi desenvolvido o primeiro sistema de pagamentos instantâneos do mundo focado em promover a interoperabilidade entre os bancos japoneses. Sua implementação e aceitação foi um sucesso e serviu de inspiração para outros países.

  • Reino Unido: o Faster Payments foi lançado em 2008 e tem funcionamento muito similar ao Pix, processando transações eletrônicas em segundos, 24 horas por dia. Novamente, os resultados foram muito positivos e impactou até mesmo o comércio eletrônico local.

  • China: Com os aplicativos WeChat e Alipay, que processam quase 90% das transações, o pagamento em tempo real chinês é referência para diversos outros lugares e chama atenção pela quantidade de transações efetuadas — mais de 17 bilhões/ano.
  • Índia: Em funcionamento desde 2016, o Unified Payments Interface (UPI) também impactou positivamente as transações cotidianas como compras em lojas e transferências entre pessoas próximas. O UPI além de permitir as transferências bancárias, permite que usuários criem uma ID virtual para facilitar os pagamentos.

E por quê o Pix foi tão facilmente aceito?

Sem dúvidas, podemos afirmar que foram pelos avanços tecnológicos incorporados ao projeto, que atenderam as necessidades modernas da sociedade, tanto que fomos o 2° país do mundo com mais utilização de pagamentos instantâneos em 2022. Dentre todos os benefícios, podemos ressaltar: 

  • Custo: Uma das principais propostas do Pix era baratear os custos com as transferências bancárias para toda a cadeia: desde o custo interno das instituições financeiras até o valor para o usuário final. Hoje, o Pix é gratuito para pessoas físicas. 

Relembrando: antes, era necessário transferir para o mesmo banco para ter gratuidade no custo da transação. 

  • Velocidade: A liquidação do Pix é imediata e o recebedor pode visualizar o valor em sua conta em segundos. Isso revolucionou não apenas as transferências bancárias como também os meios de pagamento,  

Relembrando: com o TED, havia liquidação imediata dos valores, porém também havia um limite de horário para realizar esta transação. Já o DOC, apesar de não haver limite de horários, contava com limite de valores e a liquidação ocorria apenas no dia útil seguinte.

  • Facilidade: O Pix veio para facilitar e agilizar também, não sendo mais necessário coletar diversos dados para uma simples transação . Tudo se resume agora a uma informação: a chave pix - que pode ser o CPF ou o CNPJ, o telefone celular, o e-mail ou uma chave aleatória. 

Relembrando: Antigamente, era necessário ter todos os dados bancários e ter certeza que eles estavam corretos, visto que a digitação de uma letra ou número errado resultava em erro no procedimento - o que significava novas despesas com taxas e novo prazo para liquidação.

Impactos do Pix no Brasil 

Como era planejado desde a concepção ideológica do Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos contribuiu para impulsionar o comércio eletrônico, facilitar as transações comerciais e fomentar a inclusão financeira ao permitir maior agilidade e conveniência nas transações. Além disso, também reduziu a dependência do uso de dinheiro físico, aumentando a segurança nas movimentações financeiras. Com este sucesso, era de se esperar que as antigas modalidades de transferência bancária caíssem em desuso: segundo o Banco Central, em maio/23 houveram em torno de 4 mil transações DOC, enquanto que o Pix superou a marca de 3 milhões de transações. Estes números explicam a descontinuidade do DOC, que já tem data e horário para acontecer: 22h do dia 29 de fevereiro de 2024.

Por tudo que já vimos até aqui, podemos acreditar que o Pix está longe de ser um produto acabado, tanto que o Banco Central já liberou as próximas evoluções do sistema de pagamentos, como Pix Automático, Pix Garantido, Débito automático no Pix, Pix Internacional, dentre outras funcionalidades. 

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